Em 2012, demos início a um projeto mais que especial, um desafio e tanto em nossas carreiras como arquitetas e também paisagista, onde fomos convidadas a projetar uma pousada dentro dos conceitos e princípios sustentáveis.
O terreno faz parte de uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) e por essa razão priorizamos interferir o mínimo possível na área de implantação e integrar o projeto à incrível natureza existente.
O conceito
Para ser sustentável, qualquer empreendimento humano deve ser ambientalmente correto, economicamente viável, culturalmente aceito e socialmente justo. E foi seguindo esses princípios que trabalhamos no projeto da pousada sustentável em Aiuruoca-MG.
Lá a natureza foi muito generosa e permitiu que dela aproveitássemos o máximo, desde a concepção do projeto até a fase atual de obras. A casa principal, onde estão localizados recepção, estar, restaurante, cozinha, serviços e, no andar superior, a futura residência da cliente, está quase pronta, já na fase dos acabamentos.
Os materiais utilizados foram adquiridos na região, assim como os serviços, que privilegiou a mão-de-obra local.
A areia utilizada na construção foi retirada do próprio terreno, junto ao Rio Aiuruoca, onde as próximas cheias farão naturalmente a sua reposição.
Procuramos minimizar o uso de lâmpadas aproveitando ao máximo a iluminação natural, não esquecendo da circulação do ar pelos ambientes, já que a região é bem servida de ventos.
Para o tratamento de esgoto da casa, o Eng. Gilberto, responsável pelas obras, construiu uma fossa ecológia, onde os resíduos passam por três tanques distintos de filtragem até serem devolvidos já limpos à natureza.
O aquecimento da água será feito através de um sistema misto, sendo o solar o principal e o à gás o secundário.
Na estrutura da casa foram usadas madeiras de origem controlada e nenhuma árvore foi removida do seu local original.
Sobre Aiuruoca
Nome de origem tupi, que significa casa dos papagaios, tem sua origem em princípios do século XVIII, quando um paulista de Taubaté, João Siqueira Afonso, atravessou a Serra da Mantiqueira, descobriu as minas de Sumidouro e Guarapiranga e, impulsionado pela ambição, seguiu até a Serra dos Papagaios.
Nessa serra, o paulista fundou, por volta de 1706, o arraial de Aiuruoca, junto às minas de mesmo nome, atraindo exploradores portugueses e paulistas. Com o seu território desmembrado de Baependi, a Vila de Aiuruoca foi instalada e em 1868, passou à categoria de cidade.
Quando o ouro se esgotou, o povoado, que se fixou na região, começou a se dedicar à criação de gado leiteiro e à agricultura. A criação de gado transformou a Aiuruoca de hoje em um dos grandes produtores de laticínios em MG, sendo, inclusive, um grande exportador de queijos.
A cidade é a porta de entrada para o Vale do Matutu, reserva natural de 30 km² que concentra boa parte das belezas naturais da região. Dá até para dizer que a cidade é dividida em duas, de um lado, o pacato Centro, com uma igrejinha e a praça principal, e do outro, o imenso Matutu.
No alto do Vale, a 17 km (de terra) do Centro, fica o casarão-sede da reserva, ponto de informações sobre o local. Entre novembro e março, por causa da chuva, o acesso às atrações e a algumas pousadas fica difícil.
Fonte: Secretaria de Turismo de Minas Gerais e viajeaqui
Este foi apenas o início desse projeto tão significativo para as nossas vidas, não apenas profissionalmente falando, mas também foi uma época de muito aprendizado com todos os parceiros envolvidos, além de uma cumplicidade única desenvolvida com a família cliente. Confira a continuação no post seguinte.
Para maiores informações, entre em contato conosco.
Paisagismo: Camila Simhon
Arquitetura: Karla Cunha