A bengala longa, como é chamada essa órtese externa, funciona como uma extensão do corpo da pessoa com deficiência visual. Quando bem utilizada, ela irá informar sobre as variações nos pisos, como buracos, rampas e escadas, além de prever os obstáculos localizados abaixo da linha da cintura do usuário, como móveis e outros elementos urbanos.
Mas você sabia que nem toda pessoa com deficiência visual que utiliza bengala é cega? Pois é, a maioria das pessoas desconhece que as cores das bengalas longas indicam o grau de deficiência visual do usuário.
Segundo a Lei nº 14.951/2024, a bengala longa poderá ter as seguintes cores para identificação da condição de seu usuário:
- bengala branca: para pessoas com cegueira;
- bengala verde: para pessoas com baixa visão (visão subnormal);
- bengala vermelha e branca: para pessoas com surdocegueira.
A bengala azul não é citada na lei, mas pode indicar o usuário com alguma condição específica, como autismo, por exemplo.
E é importante dizer também que caberá ao Sistema Único de Saúde (SUS) fornecer a bengala longa na coloração solicitada.
A importância das cores
A função dessa diferenciação é justamente orientar as pessoas quanto à comunicação e prestação de auxílio, de modo a evitar possíveis constrangimentos, muito comuns em deficiências nem sempre perceptíveis, como no caso da baixa visão.
Compreender o significado das cores das bengalas é essencial para fomentar uma interação mais inclusiva e respeitosa junto às pessoas com deficiência visual. Ao identificar esses códigos, ajudamos a construir uma sociedade mais justa e atenta às necessidades de diferentes grupos.
E claro, que não posso deixar de dizer que as nossas cidades precisam ser mais acessíveis para que as pessoas com deficiência possam se locomover e usufruir de todos os espaços de uso coletivo com autonomia, conforto e segurança.