A pia, cuba ou lavatório, são itens indispensáveis em qualquer banheiro e no sanitário para pessoa com deficiência (PcD) não poderia ser de outra forma. A particularidade dessa louça sanitária está em seu posicionamento, que precisa estar adequado aos padrões de acessibilidade, para que possa ser utilizado com autonomia, conforto e segurança por todas as pessoas.
Nomenclatura
Existe muita dúvida sobre qual termo usar: banheiro ou sanitário acessível, mas é muito simples entender essa diferença. Banheiro tem, necessariamente, uma área para banho, podendo ser o chuveiro ou a banheira, já o sanitário tem ali a bacia sanitária, com ou sem o lavatório, que pode ser externo à cabina.
Já os vestiários acessíveis possuem, além do banheiro conjugado, uma superfície para a troca de roupas na posição deitada, além de todos os demais itens, como chuveiros, bancos, cabinas, entre outros, corretamente posicionados, como especificado em norma.
Vão livre
A principal diferença do lavatório em um sanitário acessível em comparação a um convencional é o seu posicionamento, isso porque deve existir um vão livre sob a louça até o piso acabado de, no mínimo, 65 cm, para que uma pessoa em cadeiras de rodas consiga se posicionar adequadamente. Esse espaço deve estar livre mesmo, sem qualquer obstáculo, como as colunas presentes em alguns modelos de lavatórios. Já a altura da base superior do lavatório até o piso acabado pode variar entre 78 cm a 80 cm.
A NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos usa sempre “lavatório” como louça sanitária, mas essas determinações também servem para os diversos tipos e modelos de cubas e bancadas de pedra, por exemplo, desde que as aturas sejam respeitadas.
Já nos sanitários acessíveis de locais públicos, os lavatórios mais compactos e até os de canto, acabam sendo os mais usados, justamente por ocuparem menos espaço, mas nada impede que outros tipos de louças sejam utilizadas desde que as dimensões mínimas do sanitário sejam empregadas, garantindo o giro de 360º e o deslocamento adequado das pessoas em cadeira de rodas.
Uma dica da arquiteta: as cubas de semiencaixe são uma ótima opção para serem usadas em banheiros acessíveis com maior disponibilidade de espaço, já que elas oferecem mais liberdade de posicionamento na instalação. O importante é entender as necessidades das pessoas com deficiência na hora de projetar o banheiro e as normas técnicas estão aí para nos auxiliar com todo o dimensionamento necessário para que tudo funcione da melhor forma possível.
Torneiras
Os lavatórios em sanitários acessíveis devem ser equipados com torneiras acionadas por alavancas, sensores eletrônicos ou dispositivos equivalentes, de modo a permitir seu uso por pessoas com diferentes limitações físicas. Além disso, as torneiras com ciclo automático devem possuir o tempo de fechamento de 10 s a 20 s.
Observando as imagens a seguir fica mais fácil compreender como o design ergonômico desses itens possibilita uma infinidade de acionamentos:
Barras de apoio
As barras de apoio podem ser horizontais ou verticais, e devem estar presentes junto aos lavatórios acessíveis, sempre uma de cada lado, possibilitando a área de aproximação de uma pessoa em cadeira de rodas.
As horizontais devem ser instaladas a uma altura de 78 cm a 80 cm a partir do piso acabado até a face superior da barra, acompanhando a altura do lavatório. Já as verticais, devem ser instaladas a uma altura de 90 cm do piso e com comprimento mínimo de 40 cm, mas existem regras mais especificas para a instalação e tamanho mínimo das barras de acordo com os tipos e posicionamentos dos lavatórios.
Criatividade na hora de projetar
Como eu sempre digo, banheiros acessíveis não precisam ser feios, e é justamente aí que entra a criatividade do arquiteto na hora de projetar esses espaço, onde é preciso conciliar o emprego de itens diferenciados com as determinações estabelecidas nas normas técnicas para o seu uso.
Não é difícil, o mais importante é entender o sentido dessas regras todas, ou seja, o de atender a todas as pessoas, proporcionando autonomia, conforto e segurança aos usuários, principalmente àqueles com deficiência, cujos direitos já são tão negligenciados em nossa sociedade.
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