Você tem ideia do que um ambiente de trabalho precisa contemplar para ser considerado acessível, arquitetonicamente falando? Digo isso porque existem outras formas de acessibilidade, além da arquitetônica, como a atitudinal, a digital, a instrumental, entre outras, mas vamos focar nas edificações.
Experiência profissional
Um renomado escritório de advocacia entrou em contato conosco, solicitando um orçamento para o desenvolvimento de um laudo de acessibilidade*. Até aí, tudo bem, mas havia um detalhe no e-mail enviado, onde ficou claro que eles apenas se preocupavam com a adequação dos ambientes para os cadeirantes. Não sei se motivados por um novo funcionário com deficiência ou por algum cliente, mas o fato é que, mesmo conhecendo as leis, poucos realmente sabem que a acessibilidade deve contemplar todos os tipos de deficiência e não apenas a física.
Quis contar essa experiência para que as pessoas em geral e principalmente os empresários e gestores entendam a complexidade que envolve a adequação de um escritório para os padrões de acessibilidade, afinal, todos os ambientes (exceto as áreas técnicas) precisam estar aptos a acolher funcionários e também visitantes em situação de igualdade, independentemente de alguma deficiência ou mobilidade reduzida.
Principais adequações
Claro que cada caso é um caso, existem vários tipos de configurações de escritórios e ambientes de trabalho, mas, de um modo geral, esses são os itens que mais demandam atenção na hora de adequar esses locais:
- Circulação e acessos;
- Mobiliário;
- Iluminação;
- Automação;
- Equipamentos;
- Áreas de alcance;
- Sinalização (visual, tátil e sonora);
- Sanitários e vestiários;
- Estacionamentos;
- Acesso ao imóvel;
- Entre outros.
Lembrando que pessoas com diferentes necessidades específicas deverão ter liberdade de escolha, autonomia (ou seja, sem precisar da ajuda de terceiros) e segurança na hora de usufruir desses espaços, como pessoas em cadeira de rodas, com deficiência visual e/ou auditiva, com baixa estatura, com deficiência intelectual, motora, entre outras. Isso sem falar nas pessoas com mobilidade reduzida, ou seja, “aquelas que tenham, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso” (BRASIL, 2015).
O papel das empresas
É fundamental que as empresas percebam que ambientes de trabalho acessíveis contribuem diretamente com o aumento da produtividade e promovem a captação de novos talentos para a equipe. Isso sem falar que a diversidade sempre agrega valores nas relações interpessoais, como autoconhecimento, empatia, assertividade, ética e cordialidade, tornando os ambientes de trabalho muito mais agradáveis, saudáveis e, consequentemente, mais produtivos.
Que as empresas passem a ter um novo olhar para essa realidade no Brasil, tão desigual em várias esferas e que precisa, mais do que nunca, dar espaço, voz e poder às pessoas com deficiência, de modo que esse grupo tão diverso seja plenamente capaz de exercer seus direitos com autonomia e contribuir com a construção de um país mais justo e menos desigual.
Entre em contato conosco e veja como é possível adequar o seu ambiente de trabalho aos padrões de acessibilidade!
* laudo de acessibilidade: documento, emitido junto ao RRT (Registro de Responsabilidade Técnica), que identifica e determina, a partir de vistoria técnica, as barreiras físicas existentes em determinada edificação ou ambiente, em não conformidade com as normas técnicas e legislação vigentes e que precisam de adequação em acessibilidade.
