O mapa tátil é um importante elemento de orientação para as pessoas com deficiência visual, onde superfícies em relevo indicam a localização de ambientes ou itens específicos e os caminhos que os interligam, em um determinado local de uso coletivo.
Ele permite que a pessoa cega ou com baixa visão tome decisões com autonomia e segurança sobre os caminhos a serem percorridos, através da combinação do trajeto em alto-relevo, textos em Braille e também em alto-relevo (já que nem todas as pessoas com deficiência visual sabem ler em Braille) e informações como o contraste de cores, texturas específicas e a própria tipologia do local.
Basicamente, a pessoa, diante do mapa tátil, memoriza o caminho ali indicado para acessar o local desejado. Pode parecer dificílimo para quem enxerga, mas as pessoas com alguma deficiência visual acabam desenvolvendo inúmeras habilidades em outros sentidos e conseguem, desde que bem orientadas, transitar tranquilamente por rotas acessíveis nos espaços de uso coletivo.
As informações contidas no mapa tátil devem ser sempre muito objetivas, simples e sucintas, já que dados desnecessários podem desviar o foco e até atrapalhar a compreensão do usuário.
"Enquanto os mapas produzidos para pessoas que não tem comprometimento severo da visão podem conter inúmeras informações, símbolos estilizados, variedade de cores e tamanhos; os mapas táteis devem descrever os aspectos mais importantes de um determinado espaço, apontando pontos de referência com a finalidade de possibilitar às pessoas com deficiência visual a compreensão e a estruturação do mapa mental de um percurso, facilitando a tomada de decisão. Para as pessoas com deficiência visual, recursos como desenhos e fotos são inúteis se não forem adaptados às suas necessidades" (VENTORINI & FREITAS, 2002).
Na arquitetura
O mapa tátil é considerado uma referência edificada e deve estar presente em locais com grande circulação de pessoas, de uso público ou privado, tais como:
- Estabelecimentos de ensino (escolas, universidades e outras instituições);
- Espaços culturais, espaços de exposições e museus;
- Estabelecimentos de saúde (hospitais, clínicas e demais instituições de assistência à saúde);
- Estabelecimentos de hospedagem e turismo;
- Edificações e espaços destinados a eventos esportivos;
- Serviços bancários e instituições financeiras;
- Centros de compras, hipermercados e similares;
- Terminais de passageiros.
Mas nada impede que ele seja implantado em outros locais, inclusive, podendo haver mais de um mapa tátil por edificação, caso o espaço seja muito extenso ou com vários andares, se for o caso. Ele deve estar localizado logo na entrada do edifício ou espaço urbano ou ainda conduzir o usuário ao primeiro atendimento, como a um balcão de informações ou recepção, por exemplo.
Portanto, arquitetos, engenheiros e gestores em geral, lembrem-se sempre de itens que proporcionem a acessibilidade nos espaços de uso comum, de modo que todas as pessoas possam exercer o simples direito de ir e vir com liberdade de escolha, autonomia e segurança.
Outros tipos de mapas táteis
Mas não é apenas para indicar caminhos em uma edificação que os mapas táteis são utilizados, eles também são uma importante ferramenta de aprendizado e inclusão, podendo ser confeccionados para trabalhar conteúdos de geografia, como clima, geologia, topografia, vegetação e hidrografia, por exemplo, através da utilização de relevos e diferentes texturas.
Segunda a plataforma DIVERSA, “O mapa amplia as possibilidades de percepção e permite a associação de conteúdos. Ao ser manipulado pelos estudantes de forma autônoma, o material estimula a curiosidade, a compreensão e a capacidade de levantar e responder questionamentos”.
Elaboração dos mapas táteis
Existem no mercado empresas especializadas em desenvolver e confeccionar esses elementos, que devem ter um rigoroso controle de qualidade, tanto nas informações neles contida, como também em sua estrutura física, já que precisam estar de acordo com todas as normas técnicas específicas para atender pessoas com diferentes tipos de deficiência.
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