Você sabia que qualquer desnível de piso, a partir de 5 mm (isso mesmo, metade de 1 cm), já precisa ser tratado? E que desníveis a partir de 2 cm já são considerados degraus?
Parece pouco para quem se locomove sem qualquer dificuldade, mas desníveis, aparentemente inofensivos, podem ser os responsáveis por graves acidentes domésticos, principalmente com pessoas idosas. Desníveis de 5 mm no piso já podem, inclusive, travar as pequenas rodas dianteiras das cadeiras de rodas, portanto, não menosprezem aquelas diferenças entre pisos, como o que costuma acontecer nas soleiras.
Soleiras perigosas
E por falar em soleiras, elas podem ser grandes vilãs para as pessoas com mobilidade reduzida, assim como tapetes, fios soltos no chão, mudanças de pisos entre os ambientes, entre outros. Mas como a NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos permite que desníveis de até 20 mm (ou 2 cm) sejam chanfrados na inclinação máxima de 1:2 (1 cm de altura para 2 cm de comprimento), as soleiras que não ultrapassarem essa altura, podem ter pequenas rampas longitudinais, assim como foi feito em todas as soleiras nas entradas dos elevadores em um condomínio residencial de São Paulo onde prestamos consultoria, confira o post.
Mudanças de piso
Assim como as soleiras, as mudanças de pisos entre os ambientes de uma edificação, seja ela residencial, comercial ou mesmo corporativa, precisam estar sempre niveladas. É muito comum encontrar essas diferenças de altura entre os materiais, como de porcelanato para carpete ou madeira, por exemplo. Aliás, já que falamos do porcelanato, evitem os polidos, principalmente em ambientes com grande fluxo de pessoas e que estejam próximos de áreas externas, pois, quando molhados tornam-se um convite para acidentes, a acessibilidade agradece!
Pessoas com Mobilidade Reduzida – PMR
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, define, em seu art. 3º, inciso IX, pessoa com mobilidade reduzida como:
"Aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso."
A pessoa idosa faz parte do grupo das pessoas com mobilidade reduzida, assim como qualquer indivíduo que tenha dificuldade de movimentação, flexibilidade, percepção ou coordenação motora, mas eu quis dar uma atenção especial a esse grupo tão importante da nossa sociedade, que está vivendo mais e, por essa razão, também desejando mais qualidade de vida.
Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – Ministério da Saúde, para cada 3 indivíduos com mais de 65 anos, 1 sofre uma queda anualmente e, para cada 20 idosos que caíram, ao menos 1 sofre uma fratura ou necessita de internação. E ainda, dentre os mais idosos, com 80 anos ou mais, 40% caem anualmente. As quedas estão no topo da lista dos acidentes domésticos com idosos com consequências mais graves e, segundo dados da USP (Universidade de São Paulo), 13% das pessoas com mais de 60 anos caem de forma recorrente, número que chegou a 30% na pandemia. Confira o post sobre acidentes domésticos na terceira idade.
Mudança de olhar
Espero que posts como este ajudem na mudança de olhar em relação à acessibilidade nas edificações que fazem parte do nosso dia a dia, podendo ser em casa, no condomínio residencial, no ambiente de trabalho e até mesmo nos estabelecimentos comerciais. Preste atenção aos detalhes, como os desníveis, tratados aqui, muitas vezes ignorados e que podem ser verdadeiros obstáculos na vida das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
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